A sorte de ter medo
Género Crónica de guerra (colonial)
Ano 2017
ISBN 978-989-703-170-0
Idioma Português
Formato brochura | 198 páginas | 148 x 210 cm
“ainda que nos mova
justa urgência
guerra
toda a guerra
é uma indecência”
Em 1965 deslocou-se à terra natal para ir à inspeção, mediram-no, pesaram-no, perguntaram-lhe se sofria de alguma doença e quantas dioptrias tinham as lentes dos óculos que usava. Nunca soube o resultado do seu índice de Pignet, apuraram-no, atribuíram-lhe o número mecanográfico H-4019965 e um belo dia recebeu guia de marcha para se apresentar nas Caldas da Rainha, Regimento de Infantaria 5, curso de sargentos milicianos.
(…)
O comboio largou de Santa Margarida pelas 04h45 do dia em que a mãe completava 53 anos de idade, chegando ao cais da estação marítima de Alcântara cerca das 07h00, começando a embarcar, após desfilarem, às 10h30. Pouco depois do meio-dia, a bordo do Timor, começaram a descer o Tejo rumo à Guiné.
Algo se rasga no interior do peito
nasce o ferimento
quando
no cais
uma imensidão de mãos se agita
o barco apita
e parte mar adentro
– Veja a apreciação de Beja Santos a este livro de Gustavo Pimenta em:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search?q=A+Sorte+de+ter+medo