Ideologia e Propaganda Colonial no Estado Novo
Ano 2022
ISBN 978-989-703-280-6
Idioma Português
Formato brochura | 672 páginas | 16 x 23 cm
Na minha Faculdade de Letras persistiu até há bem pouco tempo um Instituto de História da Expansão Ultramarina. Nada tive contra essa designação desde que convenientemente dissecada, mas sempre propus — aliás sem sucesso — que se lhe juntasse a História da Colonização, do Colonialismo, do Anti-Colonialismo e dos Países Ex-Colonizados.
É neste contexto que orientei ou acompanhei algumas teses e trabalhos de fim de curso, como as dissertações sobre Amílcar Cabral e sobre o PAIGC, ou, nos antípodas, sobre a propaganda colonial do chamado “Estado Novo”, que de resto prolonga a propaganda da nossa Primeira República, que era também (como não podia deixar de ser no segundo e no terceiro decénios do século XX) colonialista ou colonial. Daí ter surgido a tese de José Luís Lima Garcia sobre o tema e, no seu âmbito, sobre a Agência Geral das Colónias, que cosmeticamente se transforma, a partir dos anos 50, em Agência Geral do Ultramar. É um tema que o autor começou a estudar no fim do século passado e de que deu a conhecer com maior extensão e profundidade em 2012 no seu doutoramento.
Finalmente realiza aqui e agora a sua publicação em papel, que é a forma como se pode tornar mais conhecida ou, pelo menos, mais resistente ao tempo. Será afinal mais um contributo para conhecer o colonialismo e a realização da ideia de “Império”, conceito que se trivializou até em nomes comuns de várias empresas. Essa ideia de “Império Colonial” supõe o vasto território que vai de África a Timor e o período que se estende de 1924 a 1974, mesmo que a partir dos anos 50 se iniciasse o processo cosmético de chamar a cada uma das possessões (tão diferentes…) “Províncias Ultramarinas” e não “Colónias” e se fossem extinguindo as leis do “indigenato”.
Luís Reis Torgal
do prefácio